Tese: “Uma característica dos Evangelhos é de distinguirem nitidamente entre ação do Diabo e ação de demônios. O Diabo é, por excelência, o poder que seduz e tenta para o pecado. A ação dos demônios nos evangelhos sinóticos, ao contrário, restringe-se a provocar doenças, seja de ordem física, seja de ordem psíquica.”
Satanás deve ser diferenciado na atuação: na tentação, ele atua diretamente e na possessão, o faria indiretamente através de demônios. As doenças detectáveis na época de Jesus, eram simplesmente enfermidades, segundo pesquisadores, as enfermidades internas não detectáveis pela medicina na época, eram tidas como demoníacas.
As narrativas de exorcismos, expressam algumas características:
A pessoa possessa não tem domínio sobre seu modo de agir ou falar.
Há uma luta entre os demônios e entre quem exorcisa, tendo visto que ambos lutam pelo mesmo espaço no homem.
As ações demoníacas,revelam violência, tanto quanto no possesso, quanto no ambiente em que se dá a possessão.
Sabendo que tese das causas internas e externas, são insuficientes para solucionar todos os problemas existentes, um texto do Rituale Romanum estabeleceu critérios para identificar a possessão demoníaca:
“_ O possesso deve falar diversas palavras de uma língua estranha ou entender o que alguém lhe diz numa língua desconhecida.
_ Deve ser capaz de relatar fatos secretos ou acontecidos em lugares distantes.
_ Deve demonstrar forças que excedam a sua idade e transcendam a possibilidade de que a natureza humana dispõe.”
Hipóteses sobre a compreensão dos demônios na época de Jesus
Jesus como filho de sua época, tinha sua visão limitada e condicionada aos avanços da medicina e por isso, teria associado a ação maligna aos espíritos contrários a Deus.
Não é correto afirmar que na Antigüidade, crer em demônios fosse algo comum.
Outra coisa é que Jesus pode ter acompanhado a cultura de sua época, para melhor alcançar os possessos. Finalmente Jesus pode ter crescido no conhecimento desse assunto.
Compreendo que o autor do artigo, tenta nos mostrar o exorcismo por um ângulo diferente do tradicional, como sendo algo, que ainda nos deixa questionando até hoje, quando nos prendemos somente a explicações racionais, em casos como esses. Vejo que para o autor. O importante é que o poder de Deus opera, independente da origem e conseqüências de cada fenômeno.
A minha opinião é que a prática do exorcismo, remonta até mesmo ao ministério de Jesus, quando vemos ser preciso Davi dedilhar a harpa, para que o perturbado Saul tivesse paz, diante do tormento causado por um espírito maligno. Não creio que as possessões se tratem de enfermidades detectáveis ou não, e que Jesus, condicionou suas explicações ao desenvolvimento de sua época. Creio que a cura de enfermidade é uma coisa, e a expulsão de demônios é outra coisa.
Entendo que casos de endemoniados vão continuar a acontecer, sendo a opressão um processo que acontece de fora para dentro e a possessão de dentro para fora do indivíduo, provocando manifestações destrutivas. Concluo afirmando que somente o poder de Deus é capaz de reverter quadros assim, e que nem tudo será possível entender no âmbito da razão humana
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